Por um dia

Se você fosse escolher a música da sua vida, qual seria?
Por volta dos anos meus 17 anos, quando me preparava para responder a pergunta: “O que você vai ser quando crescer?” foi a primeira vez que ouvi Heroes. Ao decidir os primeiros rumos da minha vida, esse som iluminado de Mr. David Bowie deu uma baita ajudinha. Desde então, ainda hoje e espero que até ficar bem velhinha, sinto um arrepio pelo corpo quando a ouço. Me sinto justamente como a primeira vez que a ouvi. Obrigada Mr. David Bowie pela melhor música da minha vida.

Perfil: Cristina Zunino

Estreando a sessão de entrevistas do Blog Vida de Mergulhadora conheça o perfil da entrevistada do mês de dezembro: Cristina Zunino.

12042256_1071133126239523_1212122749_nAlém de pioneira na criação de um clube só de mergulhadoras no país, Cristina compartilha  pelas redes sociais informações referentes ao mundo subaquático na comunidade Diver Girls Clube do Brasil (DGC).

O DGC agrega Mergulhadoras do bem, unidas pelo amor ao mergulho e que compartilham a  missão de mergulhar juntas, neutras, corretas, para o bem e a paz, ajudar na conservação da vida marinha.

O grupo criado por Cristina compartilha notícias do mundo feminino no mergulho, os eventos para mergulhadoras, cursos, viagens, sempre ouvindo as opiniões femininas sobre o assunto. A Fan Page do DGC tem mais de 1500 seguidores e a comunidade, que vem crescendo a cada dia, atualmente conta com aproximadamente 900 integrantes.

Confira a entrevista que tive imenso prazer em realizar com essa querida mergulhadora, pessoa de grandes iniciativas, e que admiro muito:

VM: Como surgiu a ideia de criar um grupo de mulheres mergulhadoras?

Cristina: No princípio havia um grupo para conversas e esclarecer dúvidas na rede social Orkut. Quando o Orkut acabou achei que deveria investir sério na ideia de fomentar discussões entre mulheres mergulhadoras e criei o Diver Girls Club (DGC) nas redes sociais Facebook, YouTube e Twitter.

VM: Quais os principais benefícios do mergulho para as mulheres?

Cristina: Fisicamente, o mergulho queima calorias, mantém o corpo em forma, ou seja, faz muito bem a saúde! Psicologicamente, é uma ferramenta de transformação, de realizações pessoais. É a descoberta de um mundo novo. No relacionamento com o mundo marinho conhecemos novas pessoas, fazemos novas amizades e boas ações preservando e valorizando a vida marinha.

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Imagem: Arquivo pessoal 

VM: Como foi seu ingresso na atividade? Quais foram as inspirações e situações mais marcantes? 

Cristina: Meu início no mergulho foi trágico. Sofri um acidente de lancha no mar e tinha trauma de água. Para mim, água só no chuveiro! Quando tomei a decisão de vencer limites, superar obstáculos fui em busca de  meios de acabar com o medo de água e superar o pânico. Como sempre amei a vida marinha, resolvi fazer algo que permitisse estar em contato com ela. Decidida, fui à operadora de mergulho Diver’s Quest no Rio de Janeiro, comecei meu curso básico e mesmo contando com a ajuda de instrutores maravilhosos, levei meses para superar tudo. Meu primeiro mergulho foi em Arraial do Cabo na companhia de instrutores, amigas e família. Foi um passo de gigante! Tudo me acolheu, todos na água, o mundo marinho me aguardava.

VM: Qual a principal missão do Diver Girls Clube do Brasil?

Cristina: Nossa missão, nosso objetivo é desenvolver o mergulho feminino, divulgar, promover, incentivar as atividades das mergulhadoras, ajudando na conservação, preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.

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Imagem: Arquivo pessoal 

Muito mais que uma forma de reunir mulheres mergulhadoras, as Diver Girls, voluntariamente, unem força e vontade em prol da conservação da vida marinha e realizam um belíssimo trabalho de inserção e manutenção das mulheres no universo do mergulho.Toda a renda arrecadada nas ações do DGC são doadas às ONGs voltadas à conservação da vida marinha.

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Para você que ficou interessada em conhecer e fazer parte desse grupo super bacana, acesse a comunidade  Diver Girls Club no Facebook e a Fan Page Oficial.

Mudanças, elas existem?

Serena Williams fotografada por Annie Leibovitz  para o calendário Pirelli 2016. (Imagem: Divulgação)
Serena Williams fotografada por Annie Leibovitz para o calendário Pirelli 2016 (Imagem: Divulgação)

Depois de se consagrar como o calendário mais desejado do planeta, em 50 anos de existência, o Calendário Pirelli ilustrou incontáveis partes do corpo feminino em meio à  lama, areia, água, vinil, microbiquinis, savanas e elefantes, praias paradisíacas, peixes, banheiras de espuma e muitas, muitas caras e bocas. Um legado fotográfico e artístico impecável, admito. Mas, em sua versão 2016 resolveu apresentar mulheres “reais”, com vidas reias e com corpos reais. E, por quê?

Acredito, que aqueles que esperavam pelas garotas mais sexy do planeta ficarão um pouco [ou muito] desapontados. O trabalho para a versão 2016 é de autoria da fotógrafa estadunidense Annie Leibovitz. As mulheres que compõe o calendário são a artista plástica Yoko Ono, a atriz chinesa Yao Chen, a colecionadora de arte e filantropa Agnes Gund e sua filha Sadie Rain, a artista visual iraniana Shirin Neshat, a escritora e blogueira teen Tavi Gevinson, a tenista Serena Williams, a modelo russa Natalia Vodianova com seu bebê, a comediante Amy Shumer, a produtora Kathleen Kennedy, a escritora Fran Lebowitz, a executiva Mellody Robson, a também diretora Ava DuVernay e a roqueira Patti Smith.

Muito burburinho corre solto sobre a perda do sex appeal do calendário. Na minha opinião, já era sem tempo. Apesar de admirar o corpo feminino em toda a infinita beleza que ele representa, me enraivece o culto a um corpo feito para adequar-se à infames condições estéticas e principalmente, à serviço do prazer masculino ou utilizado como prerrogativa ao consumismo.

Apesar de ser apenas um pequeno recorte de mulheres poderosas possíveis, acho que o calendário será mais apreciado pelas próprias mulheres,  que se reconhecerão entre uma ou outra das protagonistas dos 12 meses do ano que se anuncia, e aqueles que tiverem maior conhecimento de causa. Esperemos para ver em 2017, se não se trata apenas de modismo aparente em dias atuais …

Veja o making of do calendário aqui, vale à pena.

Para mulheres que como eu…

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Escrevo para mulheres como eu: Mergulhadoras. Mulheres apaixonadas pelo mar e seus segredos. Heroínas em roupas de borracha e máscaras. Guerreiras que enfrentam sol, cabelos arrepiados, mares bravios e certos tipos de homem. Legendárias sereias por debaixo das peles de mulher moderna. Não importa como chegamos até aqui: Todas somos do mar.

Bem vinda mergulhadora!

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This blog is dedicate to women in love with the sea and its secrets. Heroins wearing neoprene and masks.  Beautiful warriors facing sun, bad hair, big waves and… men. Mermaids under a modern skin. We are all from the sea.

Welcome diver women!