DEMA Show 2015

Começou nesta quarta-feira (04/11) em Orlando, Flórida o DEMA Show 2015. O DEMA, feira babilônica da indústria do mergulho, apresenta todas as novidades do mundo subaquático para fazer brilhar os olhinhos das mergulhadoras.

Prometendo reunir em um só lugar todos os nossos mais queridos desejos de consumo relativos ao mergulho, em 2015, a feira conta com 651 expositores entre marcas de equipamentos (Mares, Tusa, Cressi, WaterProof, Seac, Fouth Element, Yamamoto, Henderson, Scubapro, Fantasea, Suunto, GoPro, Aquática, Subal, Inova, Ikelite, Nauticam, Sea&Sea e muitas outras!!!), além de Universidades, Instituições de ensino,  revistas, operadoras, certificadoras, pacotes e resorts para todos os paraísos de mergulho desse mundo!

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O DEMA 2015 apresenta uma programação diversificada que você pode conferir aqui. Além da área de exposição da feira propriamente dita, rolam  também seminários, sessões técnicas de imagem, de equipamentos, piscina de demonstração, apresentação de novos produtos e festa de premiação.

Daily Special: Destaque para a presença do Women Divers Hall of Fame ™ ( WDHOF ): organização internacional sem fins lucrativos que tanto reconhece como oferece suporte a mulheres mergulhadoras.

O DEMA vai até sábado dia 07/11. Mais informações  www.DEMAShow.com

Prenda a respiração

A dica de hoje do Vida de Mergulhadora é o filme curta metragem “Fôlego”.  O documentário tem como protagonista  a catarinense Flavia Eberhard que largou a carreira de modelo para dedicar-se profissionalmente ao mergulho livre. Tendo como pano de fundo a água claríssima das Filipinas, cercada de uma divina biodiversidade, incluindo imersões em naufrágios e acompanhadas de tubarões-baleia a freediver compartilha com o público a paixão pela apneia.

Flavia é fotógrafa subaquática e instrutora de apneia desde 2009, quando começou a competir profissionalmente. É ainda  recordista catarinense e sul americana com as marcas de 6 minutos sem respirar e -69 m, segundo o perfil da mergulhadora.

O curta é uma produção da SeaDragon -Underwater Adventures, idealizada por Flavia em conjunto com o também instrutor de mergulho livre e videógrafo subaquático Pepe Arcos. O vídeo foi premiado recentemente com o Prêmio Especial no festival Silently – Short Underwater Movie Festival Belgrade concedido pela Associação de Instrutores de Mergulho da Sérvia. 

O curta deve ter continuidade como uma série no canal brasileiro de televisão por assinatura OFF. Nos episódios Flavia e Pepe percorrerão destinos de mergulho ao redor do mundo  compartilhando suas experiências subaquáticas. Ainda, uma versão do filme com o nome Apneia produzido para o mesmo Canal foi ao ar em janeiro de 2015 .

A seguir assista o curta “Fôlego”.

Peixes marinhos de Portugal, ora pois.

O que fazer quando gente muito boa está bombando com livros fantásticos nesse mundo subaquático? Agradecer a Netuno, desejar todos os melhores sentimentos desse mundo e pedir um exemplar, é claro!

Pois dando sequência aos eventos da semana, amanhã 29/10 acontece outro lançamento que tenho a maior honra em divulgar. Meu grande e queridíssimo amigo, o biólogo, mergulhador e fotógrafo Nuno Vasco Rodrigues lança hoje no Oceanário de Lisboa, Portugal o livro “Peixes Marinhos de Portugal”.

O livro tem como principal objetivo conhecer as espécies de peixes mais comuns da costa portuguesa. É uma edição bilingue (português e Inglês) onde são apresentadas mais de 200 espécies, através de fotografias, a maior parte delas inéditas, e feitas no habitat natural. Na obra são apresentadas informações acerca do nome comum, nome científico, tamanho máximo, intervalo de profundidades e distribuição geográfica das espécies.

Vale a pena prestigiar o trabalho desse pesquisador e fotógrafo talentoso. Mal posso esperar para ter meu exemplar em mãos. Saiba mais sobre o livro clicando aqui.

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Lançamento do livro fotográfico “As ilhas do Rio”

Aconteceu ontem no Solar da Imperatriz, Jardim Botânico, aqui no Rio de Janeiro, com a presença da comunidade científica, fotógrafos, estudantes, entusiastas e apoiadores o lançamento do livro fotográfico “Ilhas do Rio”. A obra impressa em formato  cube book, trás 600 páginas com mais de 400 imagens que remetem aos quatro anos de pesquisas realizados pelos pesquisadores do Projeto Ilhas do Rio.

O livro – bilíngue – retrata com imagens, muitas delas inéditas, a biodiversidade terrestre e aquática do arquipélago das Ilhas Cagarras, localizado na cidade do Rio de Janeiro em frente a alguns dos maiores cartões postais da cidade como as praias de Copacabana e Ipanema. Apesar de uma parte considerável da população pouco conhecer  a respeito das Ilhas, desde 2010 o Arquipélago foi parcialmente convertido em Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral (Monumento Natural das Ilhas Cagarras – MoNA Cagarras).

O livro foi organizado por Aline Águiar, Áthila Bertoncini e Fernando Moraes, cujo trabalho e esforços tenho acompanhado de perto nesses últimos quatro anos. Uma obra original, de grande valor informativo, artístico e científico. Confira algumas imagens do evento.

Arte para Vestir

Hoje tive uma linda surpresa.

Há aproximadamente seis ou sete anos atrás, quando eu ainda morava na Bahia, lendo meu jornal num domingo ensolarado (como não poderia deixar de ser em San Salvador) me deparei com a divulgação da ilustração de uma talentosa artista local. Naquela altura eu e Áthila Bertoncini estávamos finalizando a edição e o projeto visual do primeiro livro de experiências do Projeto Meros do Brasil chamado Memórias do Mar. Assim, foi que pude conhecer melhor o trabalho da ilustradora Vânia Medeiros.

E, depois de alguma água rolada acompanhando o trabalho de Vânia descobri um novo projeto dessa fera que transformou a deriva continental em oito peças lindas para vestir. Como deriva continental tem tudo haver com oceanografia, oceanos, mar e água: A-mei! Da coleção selecionei três maravilhas, um trio cropped-body-bikini  perfeito para o guarda roupa das sereias modernas.

Fiquei muito apaixonada por esse projeto e pela possibilidade de vestir arte feita por uma mente incrível. Essa baiana arretada, pelo amor à sua vida criativa e por ser um universo sem fim de ideias (acreditem ela é!), tem um espaço grande no meu coração.

A transformação da arte de Vânia em roupa, assim como de várias outras artes é uma iniciativa bem bacana da PhD. Galeria em São Paulo que é a primeira galeria de arte para vestir do mundo! Os itens da coleção custam entre R$60,00 e R$190,00 e a edição é limitada a 50 peças numeradas. Confira a coleção completa clicando aqui.

Sobre a artista:

Vânia Medeiros é natural de Salvador, Bahia e reside em São Paulo. Seu trabalho se materializa em diversos suportes e técnicas como desenho, colagem, instalação, cenografia, livros de artista e videos. Atualmente investiga cartografias poéticas a partir do caminhar na cidade em mestrado na FAU-USP.

Veja o trabalho dessa  pimentinha-de-cheiro em:

http://vaniamedeiros.tumblr.com

https://www.flickr.com/photos/vania_medeiros/

O poder de uma ideia

Na semana passada, tanto recebi de várias pessoas quando acompanhei nas redes sociais, especialmente entre mergulhadores e grupos relacionados que sigo, a divulgação de uma imagem (a qual não tenho a menor ideia da autoria, embora a tenha até buscado) que me chamou imensamente a atenção: Na cena, uma mulher é arrastada pelo pé em direção ao mar por um mergulhador (entenda-se homem, macho, male entre outras denominações). Outro fato associado foi o de que os compartilhamentos, comentários e likes se davam com exclamações do tipo: “Comigo só se for assim!”, “É assim lá em casa”, “Mostre para Fulana sua esposa” ou ainda: “Minha mulher já está avisada” entre as mais frequentes expressões. Foi o que considero a verdadeira celebração do clube do bolinha mergulhador. Para entender minha reação, segue abaixo a fatídica imagem:

Diante desse episódio, gostaria de dizer algo bem importante: Comigo não é assim, e nem nunca foi. Nem comigo nem com inúmeras mulheres mergulhadoras, que vivem de e para o mergulho. Nem com aquelas que buscam apenas a si mesmas, alguma paz de espírito, contemplação à natureza, diversão, uma forma de praticar exercícios, fotografar ou a cura para suas feridas por meio do mergulho.

Não sou contrária a brincadeiras, e mesmo que pouco politicamente corretas às vezes, mas me incomoda muito o sentido como certos “memes” aparentemente inocentes refletem o estado arcaico, preconceituoso e imaturo da sociedade. Na verdade, de inocente a imagem compartilhada na internet tem muito pouco.

Primeiro, porque a icônica imagem de um homem da Pré-História arrastando uma mulher pelos cabelos que bem conhecemos não passa de um conto da Idade Média. Uma forma de fantasiar o suposto meio irracional de vida e de dominação masculina em um passado difícil de recompor até mesmo para o atual avanço da tecnologia. Assim, se você  mulher, cresceu ouvindo essa história respire aliviada… Não passa de uma anedota Vitoriana, uma forma de imaginar e explicar o mundo naqueles tempos que, infelizmente sobreviveu até os dias de hoje.

© Desconhecido
                                                                                        © Desconhecido

No entanto, não respire aliviada para o fato de que mesmo depois de tantas batalhas femininas históricas por direitos e alguma igualdade civil, vemos novamente a ideia de inferioridade de gênero replicada.

Agora muitos pensarão: “Ah! Mas é porque o mergulho é um esporte/atividade/meio predominantemente masculino! Nada disso. Discordo. Se as mesmas condições sociais e econômicas (entre outras) fossem retratadas às  mulheres, possivelmente teríamos tantas (ou mais?) mulheres quanto homens mergulhando. O que dizer, por exemplo, da maioria de mergulhadores japoneses ser formado por mulheres?  O mergulho como qualquer outra atividade, apenas reflete os valores da sociedade em que se insere.

Sim, nós podemos!
                                                                                                Sim, nós podemos!

Sendo mulher, e desde que me tornei mergulhadora, tenho curiosidade sobre o que faz, ou não, alguém tornar-se mergulhadora. Assim, sempre que posso, venho coletando impressões com colegas ou com pessoas desconhecidas mesmo, aqueles que a gente encontra uma vez em uma saída de mergulho e nunca mais. Às vezes sou eu quem pergunta, outras vezes são essas pessoas que falam. Na primeira oportunidade vou soltando logo: “Sua mulher, companheira, namorada (e por aí vai) também mergulha?” Bem, para minha árdua surpresa na maioria das vezes a resposta é um não tão óbvio “Não…”, seguido das mais diversas justificativas: “Ela não se sente bem”; “Ela não gosta” ou “Ela não gostou da experiência”; “Ela tem pavor de água; “Ela não é chegada nessas coisas”, ela isso, ela aquilo… sempre ELA. Claro, que há a possibilidade de sim ser um fato: Não gosta e pronto! Mas, tenho certeza, de que existe uma outra versão da história sobre a “aversão” de mulheres ao mergulho. E eu gostaria de ouví-las da boca das próprias mulheres.

A minha história com água começa quando, aos cinco anos de idade, quase me afoguei em um lago e fui salva por um colega de classe da minha irmã mais velha. Depois, já adolescente, mais uma vez ia me afogando, dessa vez no mar, em um mergulho de final do dia. Fui salva pelas minhas melhores amigas. Durante muito tempo tive grande fobia de água. Mas para mim não havia alternativa se eu quisesse seguir a carreira que escolhi, se não enfrentar o medo. E como aconteceu? Passo a passo, de forma simples e eficaz: Voltei a fazer natação, me matriculei no curso de mergulho básico ainda na Universidade, comprei aos poucos meu próprio equipamento e passei a praticar. Mas o ponto fundamental, o ponto de virada para mim foi, depois de algum tempo,  encontrar alguém que gostasse tanto de água quanto eu… ou um tanto mais.

E para isso, não importa se é um marido, um buddy, muitas amigas, os instrutores ou uma companheira. Ter ao lado alguém que não se intimida por tempo, mar e roupa de borracha é um incentivo importante. Ter alguém que ao invés de pegar pelos cabelos pegue pela mão e compartilhe o prazer e a terapia que é o mergulho.

Um bom mergulho depende de vários fatores, entre esses sentir-se bem com o equipamento, confortável na água e segura de si. Ter alguém com quem contar é fundamental para um bom mergulho. Por isso escolha bem seus parceiros, ou busque parceiros melhores. Desfrute da experiência de estar imersa e em contato com a natureza em todas as dimensões.

Em uma sociedade de excessos e altamente sem filtros, mesmo sem querer replicamos muitas ideias prontas. A ideia da mulher que precisa ser arrastada pelo marido para mergulhar eu não vou replicar. Não mesmo. Para mim essa não é uma boa brincadeira. Como cantou soletrado a Rainha do soul e do R&B  Aretha Franklin ainda em 1967 o que as mulheres mais precisam é R.E.S.P.E.I.T.O. Segue de inspiração o video de Aretha. E bons mergulhos, sempre.

Água salgada

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Já escolheu seu destino de mergulho para o final de semana? Não importa se será nos Trópicos no Ártico, no Antártico (brrrrr) ou em latitudes intermediárias. Se a água estará roxa, azul ou verde. Se será com a companhia perfeita ou sozinha. Importa mesmo é levar você, esse seu corpo lindo e sua cabeça para passear na água salgada. Bons mergulhos!

Como me sinto/ The way I feel.

Muitas fans de mergulho livre e de Beyoncé (musa pop que movimenta multidões de mulheres e que por levantar a bandeira da auto-estima e do poder feminino merece minha consideração) já devem ter visto circular nas últimas semanas o videoclip da música “Runnin'” cantada por Naughty Boy com a participação da diva e Arrow Benjamin. Confira:

Para além do hit, o que impressiona no videoclip é a performance fantástica dos apneístas franceses Guillaume NeryAlice Modolo. Ele, quatro vezes recordista mundial. Ela, vice-campeã do mundo de apneia. O videoclip é ainda co-dirigido e escrito por Julie Gautier, apneísta e esposa de Nery. Os vídeos de Guillaume e Julie percorrem a Web desde 2011, quando filmaram o maravilhoso Free Fall (faço questão que esse seja assunto para outra postagem). As imagens subaquáticas são de Jacques Ballard e filmado em Rangiroa, Polinésia Francesa.

Nada como uma água com visibilidade tendendo ao infinito e uma cena romântica para alegrar a semana.

VST* para minha muito querida amiga pernambucana Raiana Lira que soube como eu me sinto ao ver o vídeo.

(* very special thanks)