Mudanças, elas existem?

Serena Williams fotografada por Annie Leibovitz  para o calendário Pirelli 2016. (Imagem: Divulgação)
Serena Williams fotografada por Annie Leibovitz para o calendário Pirelli 2016 (Imagem: Divulgação)

Depois de se consagrar como o calendário mais desejado do planeta, em 50 anos de existência, o Calendário Pirelli ilustrou incontáveis partes do corpo feminino em meio à  lama, areia, água, vinil, microbiquinis, savanas e elefantes, praias paradisíacas, peixes, banheiras de espuma e muitas, muitas caras e bocas. Um legado fotográfico e artístico impecável, admito. Mas, em sua versão 2016 resolveu apresentar mulheres “reais”, com vidas reias e com corpos reais. E, por quê?

Acredito, que aqueles que esperavam pelas garotas mais sexy do planeta ficarão um pouco [ou muito] desapontados. O trabalho para a versão 2016 é de autoria da fotógrafa estadunidense Annie Leibovitz. As mulheres que compõe o calendário são a artista plástica Yoko Ono, a atriz chinesa Yao Chen, a colecionadora de arte e filantropa Agnes Gund e sua filha Sadie Rain, a artista visual iraniana Shirin Neshat, a escritora e blogueira teen Tavi Gevinson, a tenista Serena Williams, a modelo russa Natalia Vodianova com seu bebê, a comediante Amy Shumer, a produtora Kathleen Kennedy, a escritora Fran Lebowitz, a executiva Mellody Robson, a também diretora Ava DuVernay e a roqueira Patti Smith.

Muito burburinho corre solto sobre a perda do sex appeal do calendário. Na minha opinião, já era sem tempo. Apesar de admirar o corpo feminino em toda a infinita beleza que ele representa, me enraivece o culto a um corpo feito para adequar-se à infames condições estéticas e principalmente, à serviço do prazer masculino ou utilizado como prerrogativa ao consumismo.

Apesar de ser apenas um pequeno recorte de mulheres poderosas possíveis, acho que o calendário será mais apreciado pelas próprias mulheres,  que se reconhecerão entre uma ou outra das protagonistas dos 12 meses do ano que se anuncia, e aqueles que tiverem maior conhecimento de causa. Esperemos para ver em 2017, se não se trata apenas de modismo aparente em dias atuais …

Veja o making of do calendário aqui, vale à pena.

Deixe um comentário